Ana Pimentel e Lohanna França debatem assistência estudantil como política de Estado na UFSJ

Publicada em 02/05/2023

Compondo a agenda de atividades comemorativas de seus 36 anos, a UFSJ recebe duas congressistas, com itinerários intimamente ligados à instituição: a deputada federal Ana Pimentel, professora do curso de Medicina/CDB, e a deputada estadual Lohanna França, egressa do curso de Bioquímica (CCO). O encontro está marcado para esta sexta, 5 de maio, às 19h, no Auditório da Biblioteca do Campus Dom Bosco; em debate, Permanência estudantil nas universidades públicas: perspectivas e desafios.

“Ao longo de minha trajetória como professora na UFSJ, pude contribuir com a formação dos alunos e alunas através do ensino, da pesquisa e da extensão, com o comprometimento de quem acredita na educação pública e sabe a importância desse pilar também para a comunidade externa à universidade”, pontua Ana Pimentel.

Em anos recentes, a Universidade foi sua casa, como Lohanna lembra sempre. “Além da formação acadêmica, estudar na UFSJ me permitiu participar dos movimentos estudantis e iniciar a minha caminhada política. É uma honra falar para os alunos desse local que me acolheu tão bem.”

Nessa comemoração, as deputadas retornam à UFSJ com a missão de ecoar o debate sobre assistência estudantil e permanência, pautas tão urgentes para o avanço de políticas concretas que garantam o direito de todas e todos de ocuparem os espaços da formação superior.

Educação superior pública
Sobre o debate em pauta, Ana Pimentel aponta o início de um novo ciclo histórico no país. “Com um governo novamente comprometido com a Educação e com a Ciência, devemos pensar na assistência estudantil como política de Estado, que atenda aos jovens do ensino básico à pós-graduação, sem ficar refém de desmandos de governos autoritários, negacionistas e que são contra a oferta de educação pública e de qualidade para o nosso povo. Essa é uma realidade que devemos mudar para diminuir as desigualdades sociais e dinamizar o desenvolvimento do país a partir da produção científica”, ressalta.

A deputada federal explica: durante os governos Lula e Dilma houve um incremento quantitativo e qualitativo na educação brasileira. A expansão do acesso às universidades contemplou também a juventude periférica, a população negra, LGBTQIA+, indígena e quilombola, que foi levada para esse espaço do qual foram historicamente excluídos. “Quando falamos de ingresso nas universidades, devemos considerar uma política que garanta a permanência dessa juventude nesse espaço que, hoje, extrapola o da graduação.”

A partir de sua experiência, a deputada estadual Lohanna França faz questão de destacar que a maioria dos alunos, ao ingressarem nas universidades públicas, enfrenta muitas dificuldades, no que tange à moradia, alimentação, falta de emprego, falta de redes de apoio. “A permanência estudantil é um assunto extremamente importante, que inclusive discuti com a ministra Arielle Franco, pedindo um olhar atento também sobre os alunos cotistas.”

Ana Pimentel relembra ainda que no governo Bolsonaro vivemos a tentativa de desmonte de qualquer avanço no que diz respeito ao acesso e permanência nos espaços públicos da formação e produção do conhecimento. “Vimos a reiterada política de bloqueio da verba das universidades públicas brasileiras, com cortes que impactaram fundamentalmente as estudantes e os estudantes que dependem da assistência estudantil. No pós-pandemia, assistimos ao aumento da evasão nos cursos de graduação e pós”, alerta.

Ana Pimentel
Ana Cristina de Lima Pimentel é professora licenciada do Departamento de Medicina da UFSJ (Demed), para o exercício de seu primeiro cargo eletivo. É médica de família e pesquisadora na área da Saúde Coletiva. Em 2022, elegeu-se deputada federal pelo PT de Minas.

Formou-se em Medicina na Federal de Juiz de Fora (UFJF), onde foi coordenadora geral do Diretório Central do Estudantes. No movimento estudantil, atuou em diversas frentes, como a implementação da política de ações afirmativas, entre as quais a política de cotas, para ingresso no ensino superior.

Foi uma das fundadoras do Maria Maria, primeiro coletivo de mulheres da UFJF, que integra a Marcha Mundial de Mulheres em Juiz de Fora. Em 2007, foi Diretora de Mulheres da União Nacional dos Estudantes. Em 2010, foi secretária estadual da Juventude no PT.

Entre 2021 e 2022, assumiu a Secretaria de Saúde da Prefeitura de Juiz de Fora, onde trabalhou pela abertura de novos leitos de UTI Covid SUS, aumentando em mais de 78% a capacidade do município, enquanto incentivava a capacitação de funcionários e aquisição de materiais no combate à pandemia.

Lohanna França
Lohanna Souza França Moreira de Oliveira se formou em Bioquímica na UFSJ em 2022, no Campus Centro-Oeste Dona Lindu (CCO), em Divinópolis. Ao longo da graduação, se dedicou a pesquisas científicas para ação antitumoral e antimicrobiana, esta última tema de intercâmbio na Universidade de Leuven, na Bélgica, para o qual foi selecionada em 2017.

A deputada, que já recebeu o título de Cidadã Honorária de Divinópolis, também é professora de inglês. Foi a vereadora mais votada da história da cidade e a parlamentar mais jovem a ocupar uma cadeira na Câmara Municipal. Em 2023, assumiu seu primeiro mandato na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, como deputada estadual pelo Partido Verde. Sua atuação política se pauta por temas relacionados à educação, cultura, meio ambiente e representatividade feminina.