Dupla formada na UFSJ concorre ao 30º Prêmio da Música Brasileira

Publicada em 09/05/2023

Formado no curso de Música da UFSJ, o duo de violões Aduar, dos artistas Thobias Jacó e Gabriel Guedes, foi indicado e concorre este ano na categoria Dupla Regional do 30º Prêmio da Música Brasileira. Trata-se de um importante concurso de música popular e erudita nacional, que volta a ser realizado após quatro anos de interrupção, e que conta com um conselho permanente que inclui, entre outros, nomes como os cantores Gilberto Gil e João Bosco e os críticos Zuza Homem de Mello e José Maurício Machline. A premiação será anunciada dia 31 de maio, durante cerimônia no Theatro Municipal do Rio de Janeiro, quando será homenageada a cantora Alcione.

Segundo Thobias, a indicação se deve a Riachinho das Pedras, primeiro álbum da dupla, gravado no estúdio do Departamento de Música da UFSJ. Cinco, das oito faixas de Riachinho, foram registradas durante o projeto de extensão Sons das Vertentes, coordenado pelo professor Marcos Filho. Esse trabalho foi parar nas mãos de uma grande gravadora, a Kuarup, que lançou boa parte dos grandes nomes da canção brasileira. “Acho que por conta desse disco – gestado por estudantes e gravado na própria Universidade –, acabamos por ser indicados”, revela.

A lista de indicações ao Prêmio nas 31 categorias conta com poucos artistas mineiros, apesar de essa ser uma das edições com mais inscritos, cerca de 10 mil artistas de todos os cantos do país. Na categoria Dupla Regional, o Duo Aduar concorre com Maick e Lyan e Sample Hate. Para Thobias, a visibilidade obtida já é quase um prêmio. “Aparecemos ao lado de artistas como Roberto Carlos, Renato Teixeira, Alceu Valença, Anitta, Pabllo Vittar, Chico César e tantos outros”, comemora o músico.

Thobias e Gabriel fazem questão de mencionar, sempre, que são estudantes da UFSJ e o quanto a Universidade é parte integrante dessa trajetória. “A UFSJ partilha desse prestigiado prêmio também. A indicação já muda muito a vida do músico. São muitos artistas enormes sendo reconhecidos, junto com alguns no início da carreira, como nós. Termos sido indicados é uma emoção gigante para nós. Na verdade, estamos entre os três artistas que a banca – composta por importantes críticos, como o renomado Mauro Ferreira, de O Globo – selecionou entre os que estão em atividade nesses últimos quatro anos. O Prêmio conta com um conselho permanente de oito personalidades ligadas à cultura brasileira, todos com poder de voto e responsáveis pelas diretrizes da premiação”, explica Thobias.

Viola caipira
Explorando o formato viola caipira e violão e valorizando o trabalho vocal, o Duo Aduar canta as questões socioambientais (ou mesmo existenciais) das pequenas cidades do interior do Brasil, suas águas, terras e gentes. O primeiro álbum, o já citado Riachinho das Pedras, foi bem recebido por críticos como Mauro Ferreira, em sua coluna POP&ARTE no G1. O álbum foi lançado pelo selo Lobo Kuarup, parceria entre o consagrado violeiro mineiro Chico Lobo e a histórica gravadora Kuarup, de São Paulo.

Recentemente, como se lê no site do grupo, o Aduar lançou seu segundo álbum, Canções pra Vozes Roucas, no qual trata de temas como o recolhimento na pandemia e questões sócio-ambientais.

Frutos
Gabriel e Thobias se conheceram no curso de Música da UFSJ, definido por eles como “esse espaço de encontros, e não só de ensino, pesquisa e extensão.” Foi nesse lugar que o trabalho artístico do Duo Aduar começou a frutificar, numa trajetória semelhante à de vários outros cursos da Universidade. “É o talento sendo regado pelo estudo, pela técnica musical, por outros estilos de composição, um marco crucial”, afirma o violonista Gabriel.

Os dois músicos entendem que o momento é fruto de esforço consciente e continuado, aliado à alegria de terem sido indicados a um prêmio nacional ao qual concorrem também vários artistas que são referência em sua carreira.