Pesquisa sobre saúde mental de estudantes repercute na imprensa

Publicada em 23/06/2023

A pesquisa Sintomas de depressão, ansiedade e estresse em estudantes da saúde e qualidade de vida teve repercussão na mídia acadêmica e fora dela. Além de ser publicado pela principal revista de enfermagem da da América Latina, a Revista Latino-Americana de Enfermagem (RLAE), o texto também estampou as páginas da Revista USP e do Jornal Estado de Minas.

O trabalho foi elaborado a partir da tese de doutoramento do enfermeiro Pedro Henrique Batista de Freitas em Ciências da Saúde pela UFSJ, orientado pela professora Clareci Cardoso (CCO). Foram analisados 321 questionários, respondidos via formulário eletrônico por alunos dos cursos de Biomedicina, Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia, Medicina, Nutrição, Psicologia e Terapia Ocupacional, sobre aspectos físicos, emocionais, psicológicos, de relações sociais, do ambiente em que vivem e hábitos particulares. A maioria dos participantes era do sexo feminino, solteira, proveniente de famílias com renda igual ou superior a quatro salários mínimos e com média de idade de 24 anos.

Depressão e ansiedade
De acordo com o jovem doutor, o estudo multicêntrico avaliou a relação entre a saúde mental – presença de sintomas de depressão, ansiedade e estresse – e a qualidade de vida de estudantes da área da Saúde de três universidades federais de Minas Gerais: UFOP, UFSJ e UFTM.

Os resultados da pesquisa mostraram que cerca de 50% dos entrevistados apresentavam sintomas de depressão, ansiedade e estresse, variando entre quadros leves, moderados e graves. Acredita-se, ainda segundo o estudo, que a prevalência desses sintomas esteja relacionada, pelo menos parcialmente, às limitações da qualidade de vida experimentada pelos estudantes no ambiente de aprendizagem, tendo em vista a sobrecarga de atividades de ensino, tarefas acadêmicas e estágios curriculares no âmbito hospitalar e da atenção primária, pressão por rendimento elevado, somada à distância de familiares e baixa autoestima. “Os sintomas depressivos foram os mais relacionados à baixa qualidade de vida desses estudantes, manifestados em todas as áreas de suas vivências, como emoções, autoestima e percepção sobre si mesmo e o mundo em que vivem”, completa o pesquisador.

Repercussão
As publicações e a consequente repercussão do trabalho indicam que a UFSJ é uma instituição preocupada com a saúde dos estudantes, bem como desenvolve estudos importantes e de grande impacto nessa área, garante Pedro Freitas. “Além disso, com a repercussão nacional dos resultados do estudo, esperamos despertar o olhar da comunidade acadêmica para a saúde mental e qualidade de vida dos estudantes, principalmente aqueles dos cursos da Saúde, e fomentar estratégias de apoio e cuidado”, prevê.

Intervenções
Os resultados do estudo apontam para a necessidade de planejar intervenções e cuidados oportunos que possam evitar desfechos futuros trágicos, como o suicídio. Segundo Pedro, os pesquisadores afirmam ser fundamental que as instituições de ensino adotem medidas para identificar precocemente essas condições, a fim de promover um ambiente acadêmico saudável e propício ao desenvolvimento dos estudantes.

Autores
Participaram do estudo os pesquisadores Pedro Henrique Batista de Freitas, Adriana Lúcia Meireles, Isabely Karoline da Silva Ribeiro, Mery Natali Silva Abreu, Waléria de Paula e Clareci Silva Cardoso, que o coordenou.