Maratonas de programação: vem competir pela UFSJ!

Publicada em 23/06/2023

O Campus Alto Paraopeba (CAP) sediou, na última semana de maio, a X Maratona Mineira de Programação, a maior competição do Estado, apoiada pela Sociedade Brasileira de Computação (SBC). O evento foi organizado pelo professor Alex Vidigal Bastos, do Departamento de Tecnologia em Engenharia Civil, Computação, Automação, Telemática e Humanidades (DTECH), em parceria com os professores Elverton Fazzion, Charles Figueredo e Daniel Madeira (DCOMP); Peter Campos (DEMAT); Guilherme Pena (UFV).

A edição deste ano ficou marcada como a mais acirrada de toda a história da Maratona: 27 universidades mineiras inscritas, com aproximadamente 210 alunos e 35 professores, distribuídos em 61 equipes na competição principal e 10 na categoria Café com Leite. Cada universidade recebeu uma quantidade limitada de vagas, o que exigiu diversas seletivas internas.

A Maratona tem como propósito incentivar nos estudantes a criatividade, a capacidade de colaboração em equipe, a exploração de soluções inovadoras em software e a habilidade de solucionar desafios sob pressão. No começo da disputa, os times recebem um conjunto de perguntas elaboradas pelos avaliadores, que devem ser solucionadas num prazo máximo de cinco horas. Durante a prova, os competidores têm acesso a apenas um computador e a recursos impressos para criar programas de maneira eficiente, utilizando algoritmos e lógica computacional. Ganha a equipe que resolver a maior quantidade de questões no menor tempo possível.

Equipes da UFSJ
A UFSJ teve quatro representantes na competição. A equipe Sem condições [if()], do curso de Ciência da Computação (CTAN), fez sua estreia na Maratona Mineira em grande estilo, o que vamos contar com mais detalhes a seguir. Vale adiantar que os alunos começaram a se reunir em janeiro, se dedicando a uma intensa preparação para evento daquela magnitude.

Os times Capybara, Corsinha Rebaixado Aro 17 e Lady With a Bug, do CAP – formados por alunos dos cursos de Engenharia Mecatrônica e Engenharia de Telecomunicações – fazem parte do Núcleo de Treinamento de Programação do Campus, conhecido como CAPCode, fundado em 2014 pelo professor Alex Vidigal. “É um trabalho maravilhoso, esse de estudar algoritmos com uma profundidade maior em relação ao que é ensinado nas disciplinas voltadas para essa temática nos cursos de Engenharia do CAP. É também um trabalho cíclico, pois a cada ano chegam novos alunos no lugar dos que se formam, exigindo da equipe um trabalho cooperativo de preparação para a maratona estadual e para a nacional”, destaca Alex.

Atualmente, os estudantes Matheus Rodrigues e Letícia Marotta ocupam os postos de capitão e vice-capitã da CAPCode, levando o interesse no “treinamento de competitividade em equipe” a seu ponto máximo. De acordo com Matheus, o chamado inicial para estar numa equipe de competição vem da oportunidade de aprimorar conhecimentos. “Com minha experiência, porém, percebo que, à medida que os alunos passam mais tempo no projeto, entendem que as habilidades a que têm acesso vão muito além do que é puramente técnico, e percebem as oportunidades que as competições podem abrir. Com isso, passam a buscar um destaque real no contexto competitivo”, analisa o capitão.

Premiação
Na X Maratona Mineira de Programação, as universidades puderam ser representadas por mais de uma equipe, o que dá um toque original à premiação. Times que ficarem nas quatro primeiras posições (1º ao 4º lugar) recebem medalha de ouro; do 5º ao 8º, medalha de prata; e da 9ª a 12ª posição, recebem medalha de bronze.

Na primeira participação da Sem condições [if()], os alunos Giancarlo Teixeira, Guilherme Fonseca e Yan Ribeiro, supervisionados pelos professores Elverton Fazzion e Leonardo Rocha, conquistaram a medalha de bronze, pelo 11º lugar. O que isso pode significar para a formação dos alunos do curso de Ciência da Computação?

Segundo o professor Fazzion, o treinamento para esse tipo de competição torna os participantes ótimos programadores e resolvedores de problemas, o que os deixa muito competitivos no mercado. Existem diversos exemplos de ex-maratonistas que ocupam hoje cargos de liderança em empresas de grande porte como Google, Microsoft e mesmo na academia. Vale lembrar ainda que nove empresas de tecnologia patrocinaram a edição mineira da Maratona.

Outro estímulo é a visibilidade que esse tipo de competição dá ao curso. Alcançar o pódio é uma mostra de qualidade que influencia alunas e alunos de todo o país a vir estudar na UFSJ. “Nosso objetivo este ano era fazer o melhor, mas não tínhamos a pretensão de conquistar uma medalha tão cedo, já que a competição envolve equipes muito fortes, com anos de treinamento. A conquista do bronze, em nossa primeira participação, nos colocou num ranking dominado por UFMG, UFV, UFU e UNIFEI, o que nos motiva a lutar pelo ouro no próximo ano”, afirma o professor.

Batismo
Atração à parte (ainda mais para jornalistas, treinados a perguntar) são os nomes das equipes que se inscrevem nas maratonas de programação. De forma geral, como explicam os coordenadores dos times da UFSJ, as equipes homenageiam suas universidades ou locais de origem, fazem referências irônicas ou cômicas a termos de programação, de modo a realçar suas identidades à medida que avançam nas competições.

O “batismo” na UFSJ não foge a essa tradição. No Campus Alto Paraopeba, a escolha se pauta sempre por um aspecto inusitado. Os maratonistas primam pelo bom humor: “Corsinha Rebaixado Aro 17”, em especial, segue a ideia da equipe que competiu na IX Maratona e venceu o prêmio de melhor nome entre as inscritas em 2022 – “Vendo Pálio 2008 4 Portas”! Neste ano, o “Corsinha” não se rebaixou. Foi a melhor equipe de toda X Maratona a ter alunas entre seus integrantes, fazendo jus ao Prêmio Minas de Minas, modalidade que incentiva a participação de futuras engenheiras nas competições e cursos da área da Computação.

A Capybara (CAP y bar{r}a?) saiu da Maratona com menção honrosa, por ter sido o time mais persistente, ao realizar o maior número de tentativas de solucionar um problema até conseguir resolvê-lo. Lady With a Bug fala por si só, ainda mais para quem cresceu assistindo às aventuras da super-heroína Marinette na TV.

Brincar com a estrutura de programação é a “personalidade” da Sem condições [if()]. Na escrita dessa linguagem, a condicionante “if()” traz o espaço entre parênteses onde justamente serão escritas as condições estruturais de seleção utilizadas – se houver condições!

Próximos passos
Para fortalecer a cultura interna de competição no Curso de Ciência da Computação, o professor Elverton Fazzion está organizando, em parceria com o professor Guilherme Pena, da Federal de Viçosa (UFV), a primeira edição de uma Maratona na Semana da Computação da UFSJ (SECOMP 2023), agendada para o mês de agosto.

Além disso, os professores Elverton Fazzion, Alex Vidigal, Guilherme Pena e Leonardo Rocha (DCOMP) estão na organização da 1ª etapa da Maratona Nacional da SBC que, pela primeira vez, terá em São João del-Rei uma de suas sedes regionais. O prazo para inscrição nesse evento vai até 15 de agosto.

Os discentes do CAP, com a experiência acumulada na organização de competições, certamente seriam mais uma força para o sucesso dos encontros locais. Só chamar! Frank Rosano, Mariana Ribeiro, Barbara Cardoso, Frank Danilo, Jennifer Stephanie, Lis Rodrigues, Luis Felipe, Leticia Marotta, Gabriel Abreu, Sofia Santos, Geovana Godoy, Eduardo Quirino, Rafael Leme, Maria Eduarda, Samira Almeida, Tales Esteves, Bruno Jeferson, Maurício Gustavo, Walace Augusto e Gabriel Davi. 

Texto: Dávila Martins (Estagiária ASREC)